terça-feira, 20 de setembro de 2011

Discutindo a relação!!!



A família e a escola, são, inegavelmente, na nossa cultura, os dois principais contextos do desenvolvimento humano. De maneira independente e cada uma ao seu modo, essas duas instituições humanas dão contribuições decisivas à nossa formação, constituindo-se individualmente no que o autor Urie Bronfenbrenner chamou de microsistema, aquele sistema que compreende as interações entre a pessoa e seu ambiente mais imediato, as chamadas chamadas interações "face a face".
Pode-se, portanto, deduzir das afirmações anteriores que quanto mais integradas estejam família e escola, mais positivamente se constitui um entorno (um mesosistema, para Bronfenbrener) provedor de oportunidades de desenvolvimento saudável em todos os aspectos.
A nossa realidade, todavia, é bem diferente do cenário ideal, no qual família e escola constituiriam parcerias. Há mais de dez anos, publiquei um artigo no qual eu discutia justamente a relação entre a família e a escola e apresentava pesquisas nas quais professores e diretores de escolas (públicas) acusavam pais e responsáveis pelos seus alunos de não colaborarem com a escolarização destes últimos, sendo a família a principal responsável pelo fracasso escolar, na opinião da escola.
Mais de uma década se passou e as mudanças parecem ter sido bastante modestas neste campo. Um outro dado que chama a atenção é o fato de as relações entre família e escola serem problemáticas também em outros países considerados desenvolvidos, como nos informa a professora Heloisa Szymanski, na introdução do primeiro vídeo (postado acima) e como podemos constatar nos vídeos abaixo, oriundos de Portugal e Espanha.
Sendo assim, enquanto mais pesquisas devem ser realizadas no intuito de compreender e transformar as relações que se estabelecem entre as instituições escolares e familiares, melhorando a qualidade da educação no seu sentido mais amplo, a reflexão, sistematização e divulgação da experiência cotidiana e de práticas bem sucedidas, podem ajudar a criar uma cultura favorável de envolvimento e trocas entre a escola e a comunidade à qual ela presta seus serviços.
Do material postado nesta página do nosso blog, sejam artigos, livros (ver seção TEXTOS, ao lado) ou vídeos (ver a postagem Dicas Preciosas!), bem como da nossa experiência junto a algumas escolas, sugerimos algumas ações que podem ser levadas a cabo pelos profissionais que atuam nas unidades escolares, para atrair e estimular a participação ativa da família no processo educacional. Endereço as recomendação aos educadores profissionais por concordar com os diversos especialistas quando estes afirmam que é papel da escola tomar a iniciativa para que o vínculo seja estabelecido, já que esta se constitui de pessoal qualificado e ocupa lugar (físico e social) privilegiado para este tipo de ação.
Aqui, portanto, estão algumas sugestões:
  1. Não chamar os pais apenas quando seus filhos apresentam problemas de aprendizagem ou comportamento: os pais ou responsáveis naturalmente "declinam do convite" para comparecer à escola, quando sabem que ouvirão (as mesmas) queixas sobre sua prole;
  2.  Reformular a reunião de pais, tornando-as mais informativas: comunicar os progressos dos alunos, dar a conhecer a linha de atuação da escola, oferecer palestras com temas que interessem à comunidade, são eventos que costumam atrair a atenção da família;
  3.  Flexibilizar o atendimento para os pais que trabalham nos horários de aula: a escola deve fazer o possível para se adaptar às características (limites e possibilidades) da sua clientela;
  4. Promover atividades sócio-culturais nas quais a comunidade possa participar: datas comemorativas, grupos artísticos, competições esportivas; usar a escola como equipamento social, comprovadamente diminui a violência e a depredação do patrimônio;
  5. Acolher bem e utilizar uma linguagem adequada, principalmente para os pais de pouca escolaridade: a escola pública ainda lida com muitas famílias com pouca ou nenhuma escolaridade. Estas famílias se sentem mal no ambiente escolar em função desta limitação. Não se pode pedir a participação de alguém que não se sinta acolhido;
  6. Admitir representantes da comunidade na formulação, avaliação e revisão do Projeto Político Pedagógico: a escola não pode se posicionar como a única detentora de saberes importantes nem enxergar a família como pessoas que apenas devem receber e acatar as suas recomendações;
  7. Usar da Das tecnologias de informação e comunicação (TIC's) como mais um recurso na interação com as famílias: com o barateamento dos artigos tecnológicos destinados à comunicação, a troca de informações pode se dar com maior frequência. Deve-se tomar cuidado apenas para que não se extingam os contatos presenciais.
Se você conhece ou participou de alguma outra ação positiva para melhorar a relação entre família e escola, colabore conosco: Relate a ação na área reservada aos comentários desta postagem. Vamos socializar experiências bem sucedidas para que elas possam servir de inspiração para outros grupos que têm os mesmos objetivos de melhoria da qualidade da nossa educação.







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